sexta-feira, outubro 21, 2016

Freixo dá o tom violento na campanha e Crivella responde. Nesta "guerra" todos perdem.


Achei que neste segundo turno nas eleições municipais do Rio de Janeiro não precisaria me pronunciar. Não acreditei que o Rio fosse tão pouco inteligente para colocar um candidato de esquerda no segundo turno. Mas foi. Tudo bem. Assim é a democracia. Mesmo com tantas opções melhores, 18% dos eleitores cariocas quiseram Marcelo Freixo no segundo turno, aceitemos. Mas, ainda assim, cheguei à ingenuidade de acreditar que o candidato do PSOL cumpriria sua parte no acordo verbal (quem tem palavra não precisa assinar documento) de que deixaria a campanha no campo das ideias, das propostas, sem "baixarias", sem ataques gratuitos e pessoais.
Assim foi, apenas no primeiro debate, na Band. É claro que não é da natureza da esquerda não fazer o jogo baixo da política, partir para o ataque pessoal, mentir e repetir a mentira à exaustão até que se torne "verdade", tal como ensinou o mestre deles da propaganda: o nazista Joseph Goebbles.
A primeira semana foi dedicada à ligar a imagem de Crivella à de Garotinho e fazer o eleitor acreditar que o candidato do PRB governaria para a Igreja Universal. O ataque não deu muito certo. Aliás, surtiu efeito contrário e retornou em forma de queda nas pesquisas para Freixo. Mas os radicais psolistas não desistiram.
Na segunda semana, mesmo com Crivella assinando um documento, à pedido de Índio da Costa (sua condição para dar apoio ao candidato), declarando que nem Garotinho e nem a Universal teriam influência em seu governo, a equipe de Freixo manteve a mesma "ladainha" e foi mais longe. Resolveram vasculhar obras literárias antigas do senador do PRB, da época em que ainda era pastor da Universal e tinha uma forma "fanática" de pensar, conforme ele mesmo afirma. Com a ajuda do jornal O Globo, que circula na cidade do Rio, os pesquisadores "freixistas" encontraram trechos nos livros onde ele ofendia as religiões católica e afro e a homossexualidade. Não adiantou Crivella reconhecer que errou, que foi intransigente e que, após sofrer com esta mesma intransigência, mudou sua forma de pensar e agir com a diversidade religiosa e sexual. Mas Freixo só aceita mudança se ela acontece em bandido. E, mais uma vez, o ataque "saiu pela culatra". As pesquisas mantinham o psolista lá em baixo e Crivella nas "cabeças".
No entanto, o resultado negativo no modo agressivo de fazer campanha política não foi suficiente para que o candidato do PSOL e sua turma mudassem o tom do discurso de ódio. Se mantiveram apertando a mesma tecla: Garotinho, Universal e o passado religioso de Crivella. E acrescentaram mais um factoide: uma "parceria" imaginária de Crivella com a milícia da Zona Oeste. Tudo por que a filha de um político de Campo Grande acusado de ser miliciano, Carminha Jerominho, decidiu fazer um vídeo onde declara apoio a Crivella. Só me pergunto uma coisa: o vídeo foi feito para apoiar ou para prejudicar a campanha do senador?
É claro que o candidato do PRB desistiu de ficar apenas na defesa e decidiu partir para o ataque também. Afinal, quem o critica tem "telhado de vidro", mas, talvez, acreditasse que o senador, diferente dele, manteria a palavra de não atacar. Só que, uma vez quebrado o acordo por uma das partes, a outra estava, automaticamente, liberada de qualquer compromisso. Foi aí que a imagem do Freixo "paz e amor" começou a ser desmontada (se bem que, a própria campanha já demonstrava isso claramente. E o eleitor entendeu). A equipe de Crivella começou a exibir na TV quem seriam os verdadeiros parceiros de Freixo: black blocs, traficantes, militantes fundamentalistas que desejam "a morte da direita", conforme um professor da UERJ declara em um evento do PC do B, partido que apoia e compartilha da mesma ideologia do PSOL.
A guerra está declarada! Não precisava ser assim, mas foi o tom que Freixo escolheu dar. Vamos ver até onde vai esse fogo cruzado. Só quem perde é o cidadão que preferiria debater propostas de governo.

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