quinta-feira, fevereiro 18, 2016

"CURA GAY" é uma invenção da imprensa comprada pelos ignorantes, prós e contra

Falta de informação leva as pessoas a se tornarem tão preconceituosas e julgadoras quanto aquelas que elas apontam.
Por que falo isso? Porque tenho absoluta certeza que a maioria daqueles que quase vomitam (sem aspas mesmo) ao ouvir o termo "cura gay", nunca nem sequer procuraram saber do que se trata.
Na verdade, NÃO EXISTE e nem nunca existiu essa tal "cura gay". Este foi um termo criado pela imprensa, de forma capciosa, para tornar o Decreto Legislativo 234, do deputado João Campos (PSDB-GO), repulsivo à opinião pública. Sabe-se que a homossexualidade não é doença (Desde 1990 a Organização Mundial da Saúde - OMS - tirou essa orientação sexual da lista de doenças), portanto, era certo que tratá-la como tal, causaria a rejeição de todos. Então, está errado oferecer ou falar em “tratamento” para algo que não é doença. Mas e AUXILIAR, de forma isenta e profissional, alguém que esteja ainda confuso com sua nova orientação, pode?
Antes de entrar no campo da Psicologia, vamos entender o que é o Decreto?
O projeto 234 sugere a MUDANÇA de um parágrafo de uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que proíbe os psicólogos de colaborarem com "eventos e serviços que proponham tratamento de homossexualidades". De acordo com o deputado, do jeito que está escrita, a resolução impede o livre-exercício da profissão de psicólogo. Ou seja, o CFP estaria limitando os direitos desses profissionais, assim como o de homossexuais de procurarem um profissional para tratar questões íntimas e pessoais ou de serem ajudados por eles a chegarem ao esclarecimento de dúvidas que permeiem sua nova orientação sexual. Isto seria um problema apenas para a comunidade LGBT, pois comprovaria que não existe regra no campo sexual, que nem todos os homossexuais "nasceram" homossexuais e que existem, sim, exceções, que existem os casos motivados por: influência, questões comportamentais ou que tenham sido gerados por traumas na infância. Mas isto só seria possível após um estudo, uma análise de casos, que é exatamente o que os psicólogos estão impedidos de fazer.
Para o deputado João Campos, o Conselho “extrapolou o seu poder regulamentar”, invadindo um terreno que deveria ser do Poder Legislativo, dos deputados e senadores. Será? Talvez se a discussão tivesse ficado apenas no campo da Psicologia, tivesse tomado outro rumo, sem a intervenção de opiniões baseadas em crenças religiosas.
O Conselho Federal de Psicologia é o órgão que organiza e supervisiona as atividades de todos os psicólogos do Brasil. Para atuar nessa profissão, você precisa da autorização dele. Em 1999, o CFP publicou uma resolução que determinava e atualizava as regras da Psicologia Brasileira. Dentre elas, estava um parágrafo que proibia os psicólogos de lidarem com a homossexualidade como doença, e também de participarem de qualquer atividade que partisse do princípio de que pessoas que sentem atração pelo mesmo sexo são doentes. Ao meu ver, o texto está correto. Ser gay realmente não é doença, mas pode ser um "reflexo comportamental" (MINHA opinião, sou livre pra isso. Ou não?).
Sendo assim, se alguma "mudança" fosse feita na resolução do CFP, deveria ser no acréscimo de que "o profissional não será impedido, no entanto, de analisar os casos que chegarem ao seu consultório, de forma isenta e profissional". Afinal, "analisar" ou "estudar" um caso, não significa "tratar". Ouvir alguém que não está certo de sua orientação deve servir para qualquer caso, seja um heterossexual com dúvidas sobre sua heterossexualidade ou um homossexual com dúvidas sobre sua homossexualidade. Ou será que o destino, a VIDA, de um e outro deve ser determinada por terceiros, por políticos, conselhos, ativistas ou opinião pública? Que proíbam a existência dos "tribunais da vida alheia" e não os psicólogos de exercerem sua função livremente ou de qualquer (repito: QUALQUER) pessoa de procurar a ajuda destes profissionais.
Cada um deve ser LIVRE para ser ou seguir o caminho que quiser. Portanto, seria um grande serviço da imprensa que tratassem o projeto de João Campo (que acabou sendo "comprado" pela bancada evangélica e tomando um novo rumo, totalmente equivocado) da forma correta. "Cura gay" não existe! Foi puro "veneno" dos meus coleguinhas de profissão, de gente que visa interesses próprios. Por isso denominaram assim o texto do deputado (a quem nem sequer conheço e nem defendo sobre outros aspectos de seu mandato).
O que existe é uma sugestão de maleabilizar a resolução do CFP e deixar que as pessoas decidam o que é melhor para si. Psicólogo, aliás, nem médico é. Não tem CRM e não pode prescrever medicamento (apenas o Psiquiatra pode). Ele apenas ANALISA, atua no estudo da mente humana, identificando os problemas relacionados ao comportamento.
É isso!
Agora, uma vez esclarecido o assunto, cabe a você ter a opinião que quiser sobre ele. Só não me apedrejem ou me "exonerem" da sociedade por eu não dizer "amém" ao que uma maioria decretou como a forma "certa" de pensar.