quinta-feira, agosto 29, 2013

Médicos cubanos fracassam em massa em exames de revalidação de diplomas



Por Luís Henrique Vieira
Fox News Latino

Muita gente ainda acredita que a assistência médica em Cuba está entre as mais eficientes no mundo como é frequentemente dito pelo regime. Os médicos da ilha caribenha, no entanto, não estão conseguindo revalidar seus diplomas para praticar legalmente no Brasil a profissão.

No mais recente teste de revalidação – que inclui teste de proficiência em português, conhecimentos médicos e práticas clínicas – nenhum dos médicos graduados em Cuba conseguiu aprovação. De 2005 até hoje, mais de 300 cubanos tentaram, mas apenas 25 foram autorizados para trabalhar legalmente no Brasil, segundo o Ministério da Educação. Os resultados deles, de fato, estão entre os piores entre a média de 600 candidatos que passam pelo processo anualmente, com pessoas que se graduaram também na Argentina, Bolívia, Estados Unidos e países da Europa.

A Associação Médica Brasileira atribui o aparente fracasso de tantos cubanos na prova à falta de qualidade de universidades de países como Bolívia e Cuba. Segundo a associação, o nível de ensino de medicina nesses países  é similar ao de enfermagem no Brasil.

Nos Estados Unidos, a situação é similar. De acordo com a AAPS, mais de 75% dos cubanos formados em medicina não passam no exame de licenciamento no país. A maioria também não consegue ser aprovado para ganhar certificação de enfermeiro.

Para Humberto Fontova, um refugiado e comentarista político nos EUA, os resultados não são surpresa. “Eles não aprendem o que se aprende nas escolas médicas da maioria dos países”, afirmou Fontova.

Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder em 2003, o governo brasileiro tem tentado facilitar o uso do trabalho de médicos cubanos. Uma proposta de validação automática dos diplomas de cubanos não foi adiante no Congresso. Apesar disso, muitos doutores cubanos são incentivados pelos dois governos para vir às áreas mais pobres do Brasil. Um dos principais motivos é o “Programa de Saúde da Família, que foca na saúde preventiva – uma especialidade do sistema de saúde cubano.

Talvez a principal razão seja a amizade do Partido dos Trabalhadores de Lula com o regime de Fidel Castro. Mesmo quando questionado em 2010 sobre a morte de Ernesto Zapata, um dissidente que morreu de greve de fome, Lula se recusou a criticar Castro, chamando do ditador de “bom companheiro, amigo”.

“Ele (Zapata) só morreu porque decidiu fazer uma greve de fome. Não podemos reclamar disso”, disse Lula à época.

O Brasil, no entanto, tem um grande problema de falta de médicos em muitas regiões. Existem mais de 350 mil médicos no país, mas 73% trabalham no Sul e no Sudeste – as regiões mais ricas.

Enquanto isso, o governador da Paraíba, um dos estados mais pobres do país, Ricardo Montinho, viajou à Cuba em setembro para contratar médicos. Segundo o Conselho Regional de Medicina da Paraíba, apenas um cubano conseguiu se habilitar para praticar a profissão. Mais tarde, Montinho desistiu da ideia. “Eu só queria melhorar os serviços no meu estado”, disse Montinho.

No distante estado do Tocantins, mais de 500 médicos cubanos foram contratados ilegalmente para trabalho no Programa da Saúde da Família. Uma corte estadual decidiu banir o trabalho desses profissionais no estado.

Os estados do Ceará, Piauí, Bahia, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo também contrataram profissionais de saúde cubanos, mas legalmente.

As associações médicas do Brasil negam que os médicos brasileiros não queiram trabalhar em áreas distantes e pobres. Elas também afirmam que não existe possibilidade de adotar um procedimento diferente. Médicos trabalhando ilegalmente serão processados. “Nós só precisamos de um bom plano de carreira para ir para o interior. Não podemos abrir exceções para um país específico e temos que exigir a prova como outros países fazem conosco. A Argentina e os EUA têm boas universidades e seus alunos são aprovados aqui”, disse o Dr. Fernando Matos, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, que está preocupado com a atuação de médicos uruguaios na fronteira com o seu estado.

A prova de revalidação, no entanto, tem sido criticada por brasileiros que estudam no exterior. Em uma instituição privada, eles pagam até US$ 1.500 de mensalidade, enquanto na Bolívia o valor não passa de US$ 200. Em Cuba, é ainda mais fácil. Os estudantes só precisam ser indicados pelo PT, pelo PC do B ou outra instituição alinhada com o regime para ingressar em uma universidade de medicina.

“A prova é realmente pra rodar todo mundo”, diz Afonso Magalhães, presidente da Associação dos Estudantes Brasileiros de Medicina em Cuba.

terça-feira, julho 02, 2013

Nos bastidores do plebiscito da Dilma


Pressa! Essa é a palavra de ordem da presidente sobre o pedido de plebiscito encaminhado hoje para análise do TSE e que deve ser encaminhado ao Congresso para aprovação. Caso o Congresso aprove o plebiscito, os temas a serem abordados serão: a forma de financiamento das campanhas eleitorais (público, privado ou misto) e o sistema de votação para a escolha de membros do Legislativo (proporcional – aberto, fechado ou flexível -, distrital ou distrital misto). Atualmente, as campanhas eleitorais são bancadas com recursos públicos e doações privadas, com limites para pessoas físicas e empresas. Para a escolha de deputados e vereadores, o atual sistema é proporcional (de lista aberta), ou seja, o número de votos conseguidos por uma coligação de partidos determina quantas vagas ela terá no Legislativo.
E por que tanta pressa? Por que a insistência com o plebiscito e no que tudo isso poderia beneficiar o PT? Tem tempo? Então vamos às explicações:

1) PRESSA - É do interesse do governo que as mudanças, “decididas pelo povo”, já estejam vigorando nas próximas eleições. Esta reforma está na gaveta presidencial desde Lula. Antes das manifestações, tal reforma já havia sido dada como perdida p/ 2014. Mas aí, surge a revolta popular e a oportunidade de usar o evento como pretexto para desengavetar o texto, em forma de plebiscito.

2) PLEBISCITO – O plebiscito é a melhor forma da presidente matar 2 coelhos com uma cajadada só: calar os manifestantes, com um engodo que tem ares de um grande feito “motivado pelo grito das ruas”; e jogar nas costas do povo e do Congresso a decisão de uma reforma que pode mais beneficiar o PT do que prejudicar. O TSE terá um tempo mínimo para explicar o que significa cada uma das opções para a população e, assim, realizar o plebiscito. Ora, alguém aí acha mesmo que o povão (que não sabe nem o significado da palavra “plebiscito”), terá condições de analisar qual a melhor forma de financiamento ou o melhor sistema de votação? Quem comprou essa gente, que é maioria votante, se preocupou em “encher o bucho, e não a mente. Deu comida, mas não deu educação, quando poderiam ter dado os 2 com qualidade, se não fossem os desvios de verba. Lembram?

3) COMO PODE BENEFICIAR O PT? – vejamos item por item, no caso da população votar e o Congresso assinar em baixo:

NA DECISÃO DA FORMA DE FINANCIAMENTO:
a) Financiamento público - o maior beneficiário é o PT, pois é maioria na bancada na Câmara dos Deputados e esse é o critério usado para a divisão dos recursos. Com o financiamento público, o partido conseguiria assegurar recursos superiores aos das outras siglas, que ficariam na desvantagem sempre. Isto perpetuaria a permanência do PT no poder.
b) Financiamento privado – Bancos, empreiteiras e grandes empresários em geral continuariam a seguir a lógica de favorecer quem tem a chave do cofre - no caso da União, o PT. Fora isso, continuaria podendo usufruir da contribuição mensal e obrigatória dos militantes petistas, e de quem mais quisesse se favorecer da máquina do governo. Eles teriam a faca e o queijo nas mãos. Seria o caixa 2 institucionalizado. Mas seria menos ruim que a primeira opção, pois as demais siglas ainda teriam alguma chance.
 c) Misto – É como é atualmente. Continuaria beneficiando o PT, mas as demais siglas também têm alguma chance de conseguir bons apoios privados.

 NA DECISÃO DO SISTEMA DE VOTO:
a) Proporcional de lista aberta – é atual sistema em vigor. Sob este sistema, todos os candidatos são ligados a alguma legenda, que pode ser uma coligação de vários partidos ou um único partido não coligado. Todo eleitor vota simultaneamente no candidato e na legenda a qual ele pertence, ou somente na legenda, se preferir. As vagas são distribuídas proporcionalmente conforme o somatório de votos para cada legenda usando o chamado quociente eleitoral. Os candidatos mais votados de cada legenda são eleitos. Com este sistema pode ocorrer o chamado “efeito Tiririca”.
b) Proporcional de lista fechada – este é o “sonho de consumo” do PT. Neste sistema, o eleitor vota apenas na legenda, enquanto a direção partidária indica os candidatos eleitos. Como o partido com maior apelo de legenda, o PT teoricamente seria o de maior votação.
c) Voto proporcional de lista flexível: é uma combinação do voto em lista aberta e fechada. Cada partido ou coligação elaboraria sua própria lista (semelhante à lista fechada), porém cada eleitor, se quisesse, pode escolher seu próprio candidato (como na lista aberta). Os candidatos que recebessem uma grande quantidade de votos seriam eleitos, independentemente de sua posição na lista. As demais vagas seriam preenchidas pela ordem da lista partidária.
d) Distrital – O voto proporcional seria abandonado, e em seu lugar seriam criados distritos uninominais, isto é, de um único vencedor. Suponhamos, por exemplo, a eleição para a Câmara no estado de São Paulo. Ao invés de todos os candidatos concorrerem no estado todo com 70 vencedores, o estado seria dividido em 70 distritos. Cada candidato concorreria em apenas um distrito, e cada distrito elegeria apenas um deputado ou deputada. Neste caso, quem se favoreceria seria o PSDB, pois a regra seria bem aplicável em estados como São Paulo e Minas Gerais - onde os tucanos têm maior poder de fogo. Nesses estados, muito extensos e populosos, os candidatos se dividem informalmente entre cidades e regiões, o que já se aproxima do voto distrital.
e) Distrital misto - Seria a combinação do voto distrital com o proporcional; parte dos deputados (ou vereadores) seriam eleitos em distritos uninominais, e parte deles seriam eleitos em votos proporcionais (provavelmente em listas fechadas, o que é bom para o PT, como vimos anteriormente).

 Apesar de não ter sido mencionado, há ainda um sexto sistema: o Voto uninominal intransferível (também chamada erroneamente de voto majoritário ou "distritão"), onde cada um dos eleitores passaria a votar apenas em um candidato ou candidata, e o voto partidário deixaria de existir. É o modelo mais simples. Ganham os mais votados e o quociente eleitoral, que provoca o chamado "efeito Tiririca", seria abolido. É como se cada estado fosse um distrito. Para o PMDB, uma legenda fraca e que só pensa no próprio umbigo, seria o ideal.

Explicado tudo isso, eu pergunto: é o que o povo está pedindo nas ruas? Acho que não. Mais uma vez Dilma se fez de desentendida e dá uma de “João-sem-braço” para empurrar sua “reforma”. Se queria mesmo uma reforma, poderia ter analisado o que já havia na “gaveta” do Congresso. O problema é que lá se encontra uma certa proposta, de um certo deputado chamado Regufe, que em nada interessa ao PT ou aos políticos mal intencionados.

segunda-feira, junho 24, 2013

Agora, a oposição somos nós!




José Simão disse bem: "A oposição somos nós!".
É isso aí! Nenhum partido havia se posicionado até agora para se opor aos abusos que vinham acontecendo neste governo. Ninguém dava um pio, mesmo diante dos pedidos constantes da população. Nunca o povo foi tão ignorado em suas petições, como fomos nos últimos anos. A reclamação por uma falta de oposição atuante, que nos representasse, era geral. Pronto! Agora temos uma oposição: nós mesmos! Fomos às ruas e nos fizemos ouvir (o que não significa que fomos ou seremos atendidos). Demos a cara à tapa, à bala de borracha, à spray de pimenta e gás lacrimogênio. Nos submetemos à ação de bandidos violentos, que se estavam lá é porque não foram pegos pela polícia antes. Já vinham vandalizando a população sem precisar de qualquer movimento para agirem. Setores da sociedade se aterrorizam com sacos de lixo e links de emissoras sendo queimados no meio da rua, se esquecendo que há alguns dias atrás vimos no noticiário que pessoas estavam sendo queimadas por assaltantes em casa e no local de trabalho. Já estávamos entregues à violência, queridos!
Esqueceram que ficar doente no Brasil é um problema até para quem tem plano de saúde, porque dependendo do exame ou cirurgia que precise fazer, pode ser que não consiga uma autorização. Morre gente sem atendimento nos hospitais públicos, mas morre também muita gente em casa por não conseguir o tratamento que precisa na rede privada. Ou seja, o caos na saúde é geral. Só não sente na pele quem pode pagar planos "top" de linha. Mas para esses, o Brasil é outro, não é o mesmo Brasil da maioria.
O fato é que uma parte da população cansou. Uma parte que já vinha enxergando os absurdos há muito tempo e que entendeu que seu voto, aquele que parecia ser sua única arma, não fazia diferença alguma. O tiro saía pela culatra, sempre. Nem a opção de não votar nós temos. O voto é anti-democraticamente obrigatório. O que fazer? Sentar e se conformar, é o que muitos respondiam. Afinal, não havia jeito. Os representantes que deveriam estar lá defendendo os nossos direitos, legislam em causa própria, e só lembram dos nosso deveres. A ordem do dia é ganhar dinheiro! Mais e mais. Afinal, dinheiro é poder. E quem detém a maior parte da nossa grana, atualmente, é o PT. Os demais partidos, que não são bobos, tentam garantir sua fatia do bolo se dividindo em duas frentes: os que juntaram-se a eles e os que querem tomar o poder deles.
Ninguém está ali pensando no povo, a não ser em como tirar mais grana dele para encher suas contas. E a lista de insatisfações vai crescendo: corrupção, impunidade, abandono dos serviços públicos, aumento e criações de taxas e impostos... PECs vergonhosas brotam como água. Atropelam a Constituição, o Ministério Público e quem mais aparecer pela frente para atrapalhar os planos de poder e enriquecimento. Tudo noticiado e sendo assistido passivamente pela população. Mas o povo começou a se reunir e a trocar ideias. Era possível se ouvir as denúncias e os gritos de protestos vindos de uma "praça pública" diferente: as redes sociais. A massa foi aumentando. Cada vez mais pessoas eram despertadas de seu "sono cívico". A fogueira estava pronta, só faltava alguém riscar o fósforo. E este alguém foi o Movimento Passe Livre e sua "Revolta dos R$ 0,20". O que ninguém sabia é que havia combustível em excesso nessa lenha, e o que se viu, ao invés de apenas o acender de uma chama, foi uma explosão com proporções inesperadas. O mês não poderia ser mais apropriado: junho. O mês das festas juninas e da Copa das Confederações, tornou-se o mês das MANIFESTAÇÕES. Brasileiros de todos os estados do país e espalhados pelo mundo juntaram-se, uníssonos em seu pedido: QUEREMOS UM BRASIL MELHOR!




O grito de protesto saiu das redes e foi para as ruas, com todas as suas reclamações e reivindicações que estavam engasgadas na garganta e limitadas aos teclados. Os posts transformaram-se em faixas e cartazes. A criatividade própria do brasileiro de inventar rimas, que esperavam ver a torcida usar na Copa, foi usada para dar ânimo às passeatas. "Pega o teu partido e vai pra P* Q* Pariu, abaixa essa bandeira e levanta a do Brasil", bradavam os paulistanos para algumas dezenas de partidários, a maioria de esquerda - também chamados "vermelhinhos" - que pipocavam aos montes querendo pegar carona no movimento e aparecer. Afinal, ano que vem teremos eleições, e quem perderia uma chance como essa? Só que eles não contavam que aquele protesto também era contra a omissão deles. Ou seria a conivência? Bem, de qualquer forma, eles não conseguiram o que queriam. Desta vez, o levante era espontâneo, não tinha partido envolvido, não tinha empresário financiando, não tinha dono de nenhuma mídia articulando nenhum golpe. E, sendo assim, não era justo que nenhum deles ficassem na aba do nosso chapéu. Se não apoiaram o povo antes, por que apoiariam agora? Está claro: o movimento é apartidário (não confundir com anti-partidário).
Agora é ver no que vai dar a onda de protestos. A ficha do governo ainda não caiu, mas algo terá que ser feito. E esperamos que seja logo, porque a demora pode resultar em duas coisas ruins: ou o fogo fica sem controle e queima até o que não deveria ou a gente descobre que ele era feito de palha.

sexta-feira, abril 26, 2013

Centenas de pessoas participam de evento no Cristo Redentor no dia mundial de combate à meningite

Por ANA LINHARES

Com um Rio de Janeiro de céu azul e sol brilhante, o Cristo Redentor recebeu de braços abertos o evento "De mãos dadas contra a meningite" que aconteceu nesta quarta-feira, 24 de abril, dia mundial de combate à doença. Mais de 300 pessoas participaram da manifestação que tinha como objetivo arrecadar assinaturas em um abaixo-assinado para a criação de uma lei de iniciativa popular que inclua a vacina contra a meningite B no calendário básico de imunização das crianças. 
O ator André Segatti, da novela "Balacobaco" da Rede Record, esteve presente com a mulher Louise Nagel. De acordo com ele, iniciativas como essa são fundamentais para melhorar a qualidade de vida e saúde dos brasileiros. "Para mim é um prazer estar aqui apoiando um evento que tem uma causa tão nobre. Temos que ajudar a divulgar campanhas como essa que, com toda certeza, ajudam na prevenção de uma doença tão grave como a meningite. Me sinto privilegiado por estar aqui", disse.

André Segatti e a mulher, Louise Nagel, prestigiaram o evento
Pessoas de todas as partes do Brasil que estavam no Corcovado aderiram à campanha e fizeram questão de participar do abaixo-assinado. Sidney Castro mora em Fernando de Noronha e estava conhecendo o ponto turístico. Quando soube do manifesto, decidiu colaborar. "O valor da vacina é um absurdo e poucas crianças teriam condições de terem essa prevenção. Assino esse abaixo-assinado com prazer porque quero que meus filhos e todas as crianças e, também os adultos, tenham os mesmo direitos".
Rodrigo Diniz, presidente do Instituto Pedro Arthur, comemorou o número de adesões e a participação das pessoas. "Estou muito feliz com o resultado desse dia. Conseguimos arrecadar assinaturas para o abaixo-assinado, já que nossa meta são 1,5 milhão de pessoas pedindo para que a vacina faça parte do calendário. Além disso, também conseguimos trazer mais esclarecimentos sobre a doença para a população e alertar as autoridades para essa questão tão importante. Hoje é dia de festejar."
Pedro Arthur, filho do presidente do instituto e símbolo de combate à meningite, também participou da programação. Ele é um caso raro da doença: a bactéria danificou a medula espinhal sem afetar o cérebro. Como sequela, o menino sofreu paralisia dos membros e do diafragma. As funções cognitivas não foram prejudicadas. Pedro Arthur foi a primeira criança na América do Sul a receber o marca-passo diafragmático. O aparelho estimula a respiração espontânea, permitindo que o paciente deixe de usar equipamentos mecânicos que dependem da energia elétrica.
Recentemente a Comissão Europeia aprovou a primeira e única vacina de ampla cobertura licenciada para ajudar a proteger todos os grupos etários de dois meses em diante contra a meningite B. A parceria do Instituto Pedro Arthur com o Ministério da Saúde fortalece essa luta para a implantação da vacina na rede pública. Está prevista para o dia 15 de maio, em Brasília, a “Caminhada pela Vida”, para levar ao Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, cerca de um milhão e meio de assinaturas.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, “iniciativas desse porte são importantes para incentivar atitudes em favor da prevenção.”

A doença
A meningite é uma inflamação, causada por vírus ou bactérias, da membrana que reveste o cérebro e a medula espinhal. As meningites virais têm os sintomas parecidos com os de gripes e resfriados: febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca e falta de apetite.
As meningites bacterianas são os casos mais graves e devem ser tratados imediatamente. Os sintomas são: febre alta, mal-estar, vômitos, dor de cabeça e no pescoço, dificuldade para encostar o queixo no peito e, às vezes, manchas vermelhas no corpo. Nos bebês, a moleira fica elevada.
As meningites causadas por bactérias são as de maior importância para a saúde pública pelo seu potencial de ocasionar surtos e pelo número de mortes. As principais são: meningocócica, causada pela Neisseria meningitidis, a meningite pneumocócica e a meningite porHaemophilus influenzae. Em caso de suspeita de meningite bacteriana, é fundamental o início imediato do tratamento. O risco de sequelas é grande, como lesões neurológicas que podem ser irreversíveis.

Número de casos no estado do Rio de Janeiro
* Fonte: SINANNET / SES RJ 
2012
CASOS
ÓBITOS
Meningite Geral
1.468
287
Doença Meningocócica
398
93

Número de casos no Brasil
* Fonte: Ministério da Saúde
2012
CASOS
ÓBITOS
Meningite Geral
21.067
1.744
Doença Meningocócica
2.509
534
Meningite Pneumocócica
1.063
284
Meningite Heamophilus b
146
19

Sobre o Instituto Pedro Arthur
O Instituto Pedro Arthur é a única organização brasileira que trabalha no combate à meningite. Criado em 2006 em Minas Gerais, o Instituto alerta sobre os riscos causados pela meningite, como se prevenir e informa a população sobre o direito ao acesso a medicamentos e equipamentos médico-hospitalares.

sexta-feira, março 22, 2013

Grades



As grades que me prendem são as mesmas que me libertam. 
Me protegem do que está lá fora e do que está aqui, dentro de mim. 
Grades que separam e que unem. 
Grades necessárias. 
As quero e as repilo. 
Mantenham as grades, mas deixem as chaves à mão.

terça-feira, fevereiro 05, 2013

Respeito à vida? Respeite a vida!


Local: Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.
Fevereiro de 2013.

Milhares de pessoas vindas de várias partes do Brasil lotam a Rua dos Andradas e ruas próximas. E ainda há mais gente chegando. Haverá um ato contra a falta de respeito à vida. A comoção ainda toma conta dos brasileiros, mesmo um mês após o ocorrido. A perda de 238 jovens, de uma só vez, é doída nos corações de tantos pais, amigos, irmãos... Por empatia, todos nós somos um pouco ente querido de alguém que se foi naquele incêndio na boate Kiss.
Na rua detrás, carros fazem fila, tentando achar uma vaga. Muitos falam ao celular enquanto dirigem; ao mesmo tempo que outros resolvem seu problema de estacionamento parando no espaço reservado para deficientes. Ora, uma ou outra infraçãozinha para quem está indo participar de uma ação nobre não conta, não é?
Um senhor bate-boca com o guarda-municipal que lhe avisa que será multado se continuar estacionado em frente à garagem de uma residência. Vendo que a discussão não levará a lugar nenhum, muito menos a uma outra vaga tão cômoda e próxima ao evento, tenta convencer o funcionário, que ganha tão pouco, a aceitar sua oferta financeira. A troca lhe parece justa: poder estacionar seu Audi por uma "cegueira" temporária do guardinha.
Ali perto, no posto de gasolina, um menino de três anos, ajoelhado no banco de trás do carro de uma mulher que fuma sem parar ao volante, observa, pela janela, o rapaz da moto, que aguarda sua vez logo atrás da fila, ajeitar o capacete que carrega no braço e não na cabeça. Todos vestem sua camiseta com a inscrição: "Respeito à vida!".
Em cada esquina, os discursos são inflamados. As opiniões convergem numa mesma direção sobre o caso da boate Kiss: os culpados devem ser punidos com rigor. Ninguém discorda sobre isso. Alguns, mais exaltados, falam até em "pena de morte". Uma senhora, a mais indignada da roda de amigos, pede licença para atender o celular. Após ouvir atentamente a ligação, responde: "Isto deve ser gripe. Pega um Benegripe na minha bolsinha de remédios e dá pra ele. Se tiver dor de garganta, procura aí na bolsinha que também deve ter algum remedinho. Sou muito prevenida!". Finda a ligação, retoma seu lugar na conversa, defendendo sua posição dentro dos "rigores da lei".
Um vereador da cidade também se prepara para participar do ato. Já tem lugar reservado ao lado do Prefeito que, por sua vez, tem vaga cativa ao lado do governador que, por sua vez, já avisou que não sairá do lado da presidenta, por nada. Afinal, Santa Maria nunca viu tanto jornalista, fotógrafo e cinegrafista juntos. O tal vereador, antes de sair de casa, faz uns ajustes finais em três projetos que apresentará à Câmara. Um proíbe a venda de artefatos pirotécnicos na cidade, outro muda o nome da Rua dos Andradas para Rua dos 238, e o terceiro cria uma multa "gorda" para donos de casa noturna que usam comanda.
O evento aconteceu em meio a muitas lágrimas, gritos de ordem e promessas de políticos presentes. Tudo amplamente divulgado, inclusive por mídias internacionais. Nenhum sinistro grave fora registrado, a não ser um engavetamento sem grandes proporções, causado por um homem que falava ao celular; o reboque de um Audi que impedia uma mulher de ser levada ao hospital para fazer sua quimioterapia semanal; e o corte na cabeça de um menininho, que se feriu após sua mãe frear bruscamente quando o capacete de um motoqueiro, sabe-se lá como, apareceu de repente na frente do seu carro. O menininho, por não estar na cadeirinha, acabou indo parar com a cabeça no painel do carro. Mas nada grave.
Nada grave mesmo, diante do que poderia ter acontecido no posto de gasolina quando o frentista, mesmo sendo xingado, pediu que uma mulher apagasse seu cigarro enquanto ele abastecia seu carro. Nada grave de fato, graças à "teimosia boba" de um rapaz que insistiu em passar por uma avaliação médica antes de tomar um benegripe e ser diagnosticado com dengue.
Bem, fora isso, o ato contra a falta de respeito à vida foi um sucesso!

P.S.: Lógico que o texto acima é ficcional, mas serve para que cada um, com seus discursos inflamados e dedos em riste prontos para condenar, SE avalie e SE pergunte: "Será que eu respeito a vida do próximo"? Pequenos gestos podem não dar em nada, mas também podem salvar uma ou muitas vidas. Faça a sua parte, ainda que te chamem de "chato (a)".