quinta-feira, agosto 29, 2013

Médicos cubanos fracassam em massa em exames de revalidação de diplomas



Por Luís Henrique Vieira
Fox News Latino

Muita gente ainda acredita que a assistência médica em Cuba está entre as mais eficientes no mundo como é frequentemente dito pelo regime. Os médicos da ilha caribenha, no entanto, não estão conseguindo revalidar seus diplomas para praticar legalmente no Brasil a profissão.

No mais recente teste de revalidação – que inclui teste de proficiência em português, conhecimentos médicos e práticas clínicas – nenhum dos médicos graduados em Cuba conseguiu aprovação. De 2005 até hoje, mais de 300 cubanos tentaram, mas apenas 25 foram autorizados para trabalhar legalmente no Brasil, segundo o Ministério da Educação. Os resultados deles, de fato, estão entre os piores entre a média de 600 candidatos que passam pelo processo anualmente, com pessoas que se graduaram também na Argentina, Bolívia, Estados Unidos e países da Europa.

A Associação Médica Brasileira atribui o aparente fracasso de tantos cubanos na prova à falta de qualidade de universidades de países como Bolívia e Cuba. Segundo a associação, o nível de ensino de medicina nesses países  é similar ao de enfermagem no Brasil.

Nos Estados Unidos, a situação é similar. De acordo com a AAPS, mais de 75% dos cubanos formados em medicina não passam no exame de licenciamento no país. A maioria também não consegue ser aprovado para ganhar certificação de enfermeiro.

Para Humberto Fontova, um refugiado e comentarista político nos EUA, os resultados não são surpresa. “Eles não aprendem o que se aprende nas escolas médicas da maioria dos países”, afirmou Fontova.

Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o poder em 2003, o governo brasileiro tem tentado facilitar o uso do trabalho de médicos cubanos. Uma proposta de validação automática dos diplomas de cubanos não foi adiante no Congresso. Apesar disso, muitos doutores cubanos são incentivados pelos dois governos para vir às áreas mais pobres do Brasil. Um dos principais motivos é o “Programa de Saúde da Família, que foca na saúde preventiva – uma especialidade do sistema de saúde cubano.

Talvez a principal razão seja a amizade do Partido dos Trabalhadores de Lula com o regime de Fidel Castro. Mesmo quando questionado em 2010 sobre a morte de Ernesto Zapata, um dissidente que morreu de greve de fome, Lula se recusou a criticar Castro, chamando do ditador de “bom companheiro, amigo”.

“Ele (Zapata) só morreu porque decidiu fazer uma greve de fome. Não podemos reclamar disso”, disse Lula à época.

O Brasil, no entanto, tem um grande problema de falta de médicos em muitas regiões. Existem mais de 350 mil médicos no país, mas 73% trabalham no Sul e no Sudeste – as regiões mais ricas.

Enquanto isso, o governador da Paraíba, um dos estados mais pobres do país, Ricardo Montinho, viajou à Cuba em setembro para contratar médicos. Segundo o Conselho Regional de Medicina da Paraíba, apenas um cubano conseguiu se habilitar para praticar a profissão. Mais tarde, Montinho desistiu da ideia. “Eu só queria melhorar os serviços no meu estado”, disse Montinho.

No distante estado do Tocantins, mais de 500 médicos cubanos foram contratados ilegalmente para trabalho no Programa da Saúde da Família. Uma corte estadual decidiu banir o trabalho desses profissionais no estado.

Os estados do Ceará, Piauí, Bahia, Paraíba, Santa Catarina e São Paulo também contrataram profissionais de saúde cubanos, mas legalmente.

As associações médicas do Brasil negam que os médicos brasileiros não queiram trabalhar em áreas distantes e pobres. Elas também afirmam que não existe possibilidade de adotar um procedimento diferente. Médicos trabalhando ilegalmente serão processados. “Nós só precisamos de um bom plano de carreira para ir para o interior. Não podemos abrir exceções para um país específico e temos que exigir a prova como outros países fazem conosco. A Argentina e os EUA têm boas universidades e seus alunos são aprovados aqui”, disse o Dr. Fernando Matos, presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, que está preocupado com a atuação de médicos uruguaios na fronteira com o seu estado.

A prova de revalidação, no entanto, tem sido criticada por brasileiros que estudam no exterior. Em uma instituição privada, eles pagam até US$ 1.500 de mensalidade, enquanto na Bolívia o valor não passa de US$ 200. Em Cuba, é ainda mais fácil. Os estudantes só precisam ser indicados pelo PT, pelo PC do B ou outra instituição alinhada com o regime para ingressar em uma universidade de medicina.

“A prova é realmente pra rodar todo mundo”, diz Afonso Magalhães, presidente da Associação dos Estudantes Brasileiros de Medicina em Cuba.

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