quarta-feira, julho 01, 2009

Zaratustra e o caso do jornalistas sem diploma


Hoje estive em uma discussão interessante no Orkut, na comunidade "Profissão:Jornalista". Um tópico foi criado sob o tema "Jornalistas que apoiam o STF" por um sujeito que se auto-intitula "Zarathustra" e (o pior) "jornalista". Como eu sou da opinião contrária à decisão do STF, quis ouvi-lo, pois acho produtivo para o campo do debate de idéias estar aberta às várias opiniões. Não sou dona da verdade e nem sou intransigente ao ponto de não mudar de posição, uma vez que me provem que estou errada. Pois bem, fiz isso dando uma cutucada, incluindo em meu post o seguinte comentário entre parênteses: "faça jus ao personagem de Nietzsche". Que infeliz idéia! Achei que estava realmente lidando com alguém culto o suficiente para conhecer Nietzsche e seu conhecidíssimo personagem Zarathustra, da obra "Assim Falou Zarathustra". O indivíduo não só não conhecida, como riu da minha citação. Tentei informá-lo mais a respeito, mas foi aí que entendi que ele só conhecia o Zarathustra persa, o Zoroastro, o grande profeta fundador do Madeísmo ou Zoroastrismo, religião adotada oficialmente pelos Aquemênidas.
O pior foi ver outras pessoas tão desinformadas quanto ele, total desconhecedores de Nietzsche, esse maravilhosos filósofo alemão. Jovens que, tal como esse "Zarathustra" virtual, já estão se achando jornalistas, graças à "maravilhosa" decisão do STF. Por aí podemos ter uma idéia do nível que chegará o jornalismo brasileiro. Pessoas totalmente incultas serão os formadores de opinião de amanhã. Vejo tanta gente defender a decisão do Supremo, citando outros países como "exemplo", mas eu os citaria como "maus exemplos", pois foram justamente os EUA e Inglaterra (entre outros da Europa) os grandes incentivadores dos chamados "tablóides sensacionalistas". Foi por lá que houve o primeiro boom de "paparazzi", febre que logo chegou ao Brasil, o país que costuma achar que tudo o que é feito no exterior é melhor. Não sou contra o "jornalista cidadão" ou a participação ativa dos já conhecidos colaboradores. Eles existem e têm que existir mesmo. Não podemos estar em todos os lugares ao mesmo tempo, cobrindo tudo o que acontece no mundo. Mas não basta anunciar um fato, escrever sobre ele pura e cruamente, se apuração detalhada, sem uma averiguação responsável. Isso não é profissional! Mas também não podemos exigir esse tipo de coisa dos colaboradores, pois a função deles é apenas passar a informação, cabe a nós, os profissionais diplomados, essa tarefa.
Essa discussão no Orkut só serviu para fortalecer ainda mais minha opinião. O pior é que perdi o maior tempo com o tópico de um autor que acabou sendo banido pela comunidade. Certamente não foi à toa. Como uma boa jornalista, dei uma conferida no perfil do sujeito, o tal "Zaratustra", e me deparei com algo, no mínimo esquisito. Alguém que se define como "UM SUJEITO PRECONCEITUOSO, FILHO DA PUTA, FRIO, CALCULISTA, MESQUINHO E CRUEL" deve ter algum problema. Confesso que até fiquei com medo. O pior é que ele parece ser formado em Jornalismo mesmo. Olha aí em que tipo de jornalista o STF está se baseando! Vou ter que repetir aqui o que postei no Orkut: Um diploma adquirido com honra e mérito vale ouro. O meu diploma não foi comprado e nem adquirido em uma faculdade qualquer, num curso feito "nas coxas". Fiz por merecê-lo e quero que ele valha o meu sacrifício e o de muita gente boa que está no mercado, correndo atrás de emprego ou para se formar.
É esse o meu desabafo de hoje.
Bjos!

1 comentário:

Geise Cruz de Souza disse...

Bom, adorei o seu texto realmente é uma lástima a decisão das autoridades sobre a profissão, e pior ainda a falta e cultura brasileira que se preocupa mais em valorizar os vizinhos do que olhar para si mesmo. E Nietzche é realmente fantásticoo, adore ele.