sexta-feira, maio 27, 2016

Estupro é estupro! Em qualquer lugar, com quem quer que seja

Imagine a seguinte situação: uma menina de 16 anos, está numa festa de universitários, bebe até não saber mais quem é ou onde está. Num dado momento na noite, ela resolve gritar que quer "dar pra geral". Que venham 30, 50... Os caras em volta, ao ouvirem a proposta da menina cambaleante, o que deveriam fazer?

A. ( ) Atender ao desejo da garota, afinal, ela pediu.
B. ( ) Rir ou criticá-la sobre a atitude deplorável, deixando que se vire com a própria bebedeira e as escolhas que fez. E se acontecer alguma coisa, foi merecido
C. ( ) Ao ver um grupo se empolgar e se aproximar da garota, se adianta para tirá-la de lá, convencendo os caras que manter sexo com uma vulnerável (fora de si) é considerado estupro.
D. ( ) Antes que alguém se aproxime, pega a garota, que nitidamente está fora de si, e a ajuda, levando-a pra casa?

Parabéns se você escolheu as alternativas C ou D. Sinaliza que você é uma pessoa do bem e que não está inserida no grupo que cultiva a "cultura do estupro".
Por que fiz esta analogia? Porque tenho visto uma certa dificuldade das pessoas demonstrarem algum gesto de compaixão por uma "garota da favela" ou que "costumava frequentar a comunidade" ou que "era viciada e metida com bandidos". Talvez, pensar numa menina que usou uma droga lícita (bebida alcoólica), servida em qualquer esquina, seja mais fácil invocar o sentimento de empatia dentro de si, do que pensar nela usando drogas ilegais.
Talvez, pensar que esta menina não estava numa favela, mas numa festa de universitários, te ajude a se aproximar mais da situação.
Talvez algo assim já tenha acontecido em muitas festinhas de universitários e não seja uma exclusividade dos marginalizados. Talvez as motivações que levam um grupo de traficantes e um grupo de universitários cometerem tamanha barbárie, sejam diferentes, mas o crime é o mesmo, a maldade é a mesma.
Talvez, até num caso semelhante, ocorrido numa universidade tratem a situação como "suposto estupro".
Duvida? Então olha esta matéria de 4 de abril de 2014, publicada no site Metro:


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