terça-feira, setembro 08, 2009

Vi um Brasil risonho e límpido nesse 7 de setembro



Meu feriado do Dia da Independência começou divertido. Minha mãe está aqui em casa e, como todo ano faz, quis ver os desfiles de 7 de setembro na TV. Ela, como uma boa filha e ex-mulher de militar, adora uma farda (sem gracinhas! Olha o respeito com a mãe dos outros!). Eu, meu filho e meu marido acabamos embarcando na programação cívica da Dona Dalva.
O dia estava perfeito, tal como diz a letra do nosso Hino: "(...) E O SOL DA LIBERDADE, EM RAIOS FÚLGIDOS, BRILHOU NO CÉU DA PÁTRIA (...) NESSE INSTANTE".

Um parênteses: (Falando em Hino Nacional, a cantora Vanusa quer que mudem a letra de Joaquim Osório Duque Estrada por achá-lo difícil. É, a gente percebeu. Mas não seria melhor ela mudar de remédio?)


Bem, voltando ao 7 de setembro, apesar do dia lindo, fomos ver os desfiles e, claro, fazer o que mais gostamos: rir e zoar com a cara de quem faz o mesmo com a gente o ano todo - só que de uma forma nem um pouco engraçada.
As primeiras imagens de Brasília me remeteram à segunda estrofe do Hino Nacional, ou melhor, à dois adjetivos que descrevem bem a cena que vi: "Vívido" e "Risonho". O modelito de Dona Marisa da Silva estava de fazer qualquer um implorar para o Esquadrão da Moda fazer uma visitinha urgente ao Palácio da Alvorada. Credo! Aquele vestidinho VÍVIDO "verde-bandeira" com uma espécie de paninho de bandeja sobre os ombros, me fez ficar "RISONHA" pelo resto do dia. Ela parecia querer ser o próprio "
VERDE-LOURO DESSA FLÂMULA", vivendo a (IN) "GLÓRIA DO PASSADO", dos tempos de Seu Lula metalúrgico.
E foi assim que a nossa primeira-dama recebeu o presidente francês Nicolas Sarcozy, que era só sorriso. Aliás, ele, sim, tinha motivos de sobra para estar "RISONHO E LÍMPIDO", já que a "IMAGEM (dos euros, e não do cruzeiro) RESPLANDECE" nos cofres franceses com as vendas que fez para o Brasil. 

Parênteses 2: (Ainda que tenha sido em 180 vezes no cartão de crédito, foi um "negoção", heim!? Deve ter sido alguma queima de estoque de caças e submarinos franceses, uma liquidação imperdível, dessas que nenhum bom brasileiro fica de fora, ainda que não precise do produto. Aliás, alguém sabe o que foi feito do estaleiro de submarinos de Itaguaí, onde seriam construídos 4 submarinos convencionais e o primeiro submarino nuclear nacional (http://www.defesabr.com/MB/mb_estaleiro_submarinos.htm)? Se alguém souber me fala tá?)

Outra figura impagável no palanque das "artoridadi" era o ex-senador José Roberto Arruda. Desse nunca mais esqueço. Naquele episódio de quebra de sigilo do placar eletrônico, encabeçado por ACM, mentiu que nem sentiu, num discurso inflamado e indignado. Esse tipo de coisa é tão comum naquele ambiente que a gente nem se espanta mais. Depois, foi chorar arrependido, renunciando ao cargo. Hoje, o bonitinho é governador de Brasília, e estava lá também, todo pomposo, completando o quadro "RISONHO" do dia. Só faltavam Sarney e Collor para formar o retrato político brasileiro, cuja principal meta é viver "DEITADO ETERNAMENTE EM BERÇO ESPLÊNDIDO".
Fora tudo isso, o desfile até que estava legal. Tinha o pessoal do trapézio, dos voos rasantes, do axé... Você leu certo. É axé mesmo, não me confundi, não. E ainda estou falando da Parada Cívica. Esse ano a banda militar foi obrigada a tocar o ritmo exportado da bahia ara todo o país. Só faltaram os representantes do funk lá, o "novo movimento cultural" do Brasil. Sarcozy ia adorar ver as tchutchucas exibindo e sacudindo o que Joaquim Osório chamaria de "GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA". As popozudas não estavam lá, mas, falando em funk, lembrei do Bope que foi aplaudido de pé pelos cariocas. Só faltou a banda tocar o tema do filme Tropa de Elite. Aí a galera ia ao delírio! 

Parênteses 3 Taí uma sugestão para o governador do Rio: primeiro passa a galera do funk fazendo uma coreografia bem "cultural", seguida do Bope (aproveitando e prendendo um e outro). Tudo isso ao som de Tihuana. Sucesso garantido! Pensando bem, é melhor deixar pra lá. Daqui a pouco vão querer cobrar ingresso.

Depois desse "show patriótico" numa segunda-feira de manhã, fui pra pracinha com meu filho empinar pipa, curtir o solzão e tentar acreditar que, sem distinção, "
DOS FILHOS DESTE SOLO ÉS MÃE GENTIL, PÁTRIA AMADA, BRASIL"!

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