quinta-feira, novembro 04, 2010

Lei do Direito Autoral: Novas mídias, novas leis

Depois de adiamentos sucessivos e muita discussão – principalmente entre o Ministério da Cultura (MinC) e as entidades de arrecadação privada - foi lançada, dia 1º de novembro, a consulta pública que ajudará a definir o texto da reforma da Lei de Direitos Autorais. A consulta pública será totalmente online.

“Eu acho que o processo demorou bastante. Poderia ter sido concluído há um ano e meio”, critica Pablo Ortellado, professor da USP e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (Gpopai). O grupo participa da Rede pela Reforma da Lei de Direito Autoral, que reúne 20 organizações (como CTS-FGV, UNE e Idec).

Pablo Ortellado, professor da USP e coordenador do Gpopai
(Foto: Socialismo.org)

Mas se de um lado havia pressão pela aprovação, de outro o MinC também enfrentou resistência das entidades privadas contrárias à mudança. A Associação Brasileira de Música e Artes (Abramus) diz, por exemplo, que a lei 9.610 é atual e precisa só de retoques.

“Não há porque criminalizar a fruição da nossa cultura. É preciso descobrir como cobrar e remunerar os direitos adequadamente, sem tratar os ouvintes e promotores como inimigos.”
Pena Schmidt, produtor 

Para Pablo Ortellado, a reforma da lei traz avanços importantes, mas poderia trazer mudanças mais ousadas – como a diminuição dos prazos de proteção (que continua a ser de 70 anos) e a regulação do compartilhamento na internet. “Poderíamos aproveitar essa janela de oportunidade”, sugere. “É preciso falar mais em trazer remuneração pela música na internet”, sugere o produtor Pena Schmidt, que, junto de Ortellado, também assina o manifesto pela mudança da LDA. “Não há porque criminalizar a fruição da nossa cultura. É preciso descobrir como cobrar e remunerar os direitos adequadamente, sem tratar os ouvintes e promotores como inimigos.”

>> Entendenda melhor as mudanças na lei AQUI.
>> Entrevista com os músicos Roger e Leoni AQUI

Fonte: Ministério da Cultura

O que muda na nova Lei do Direito Autoral

A principal diferença na nova legislação prevê um espaço para uso amigável e também mais flexibilidade para os autores discutirem prazos e condições de cessão de direitos, além da criação de um Instituto Nacional de Direito Autoral responsável por regular a atuação das entidades privadas. Esse é o ponto mais criticado pelas entidades de arrecadação, que acusam o MinC de estatização. O Ministério prefere definir as mudanças como a “criação da figura de um ‘Estado indutor’”.

Por ser tão restritiva, a legislação anterior, a lei 9.610, de 1998, foi considerada pela ONG Consumers International como a sétima pior do mundo em termos de acesso à educação. Ao pé da letra, a atual LDA proíbe fotocopiar livros para fins educativos, copiar obras para fim de conservação e usar pequenos trechos para remix. A nova legislação deve criar mecanismos para legalizar esses três exemplos.

Samuel Barrichello, coordenador-geral de regulação em dir. autorais do MinC
(Foto: O Povo online)

“A ideia é ter um mecanismo para os autores ficarem mais independentes”, diz Samuel Barrichello, coordenador-geral de regulação em direitos autorais do MinC. Além disso, “a proposta é que 50% do valor da obra vá para o autor”. O Instituto de Direito Autoral não determinará valores, mas definirá regras básicas de atuação das entidades de arrecadação. “É meio obrigatório existir gestão coletiva. Mas esses órgãos precisarão ser registrados no ministério.”

Acesso. A legislação não só deve proteger e garantir que o autor receba por sua criação mas também garantir que o público tenha acesso aos bens culturais – e é esse o ponto criticado pela Consumers International. O novo projeto de lei deverá prever uma série de exceções e limitações para que, por exemplo, seja permitido digitalizar um filme cujo diretor não seja mais localizável. E também regulamentará o remix, a possibilidade de uso de pequenos trechos da obra. “A ideia é criar flexibilidade para que se possa usar uma obra sem infringir os direitos autorais”, diz Barrichello.

Fonte: Ministério da Cultura

Roger e Leoni resolveram usar a Internet a seu favor

Entrevistados por: Monica Marinho

Foto: Monica Marinho
"Faço as músicas para o pessoal ouvir, e como a galera não as consegue pelos meios normais, disponibilizo"

Roger, Ultrage a Rigor

Ele é compositor e vocalista de uma das bandas de rock brasileiras que mais fez sucesso nos anos 80 e uma das poucas da época que se mantém nas paradas de sucesso até hoje. Ele é Roger Rocha Moreira, ou simplesmente o Roger do Ultraje a Rigor. Irreverente, debochado e com letras ousadas como “P*Q*P* Brasil” e “Pelado”, além de hits que marcaram uma geração como “Inútil” e “Rebelde Sem Causa”, o cantor não se mostra muito diferente ao emitir sua opinião a respeito do projeto para as alterações da Lei de Direito Autoral 9.610/98, que descriminaliza a cópia privada, sem finalidade comercial de obras que não constem em catálogo e oficializa mashups musicais. Sobre a primeira parte do novo texto, ele diz:
_ Já é o que eu faço. E os meus discos não estão em catálogo, o que é um absurdo! Mas entendo que é complicado para o lojista manter todos esses discos na loja. Aí entra a internet para resolver o problema. Faço as músicas para o pessoal ouvir, e como a galera não as consegue pelos meios normais, disponibilizo. É uma tentativa de suprir essa falha no mercado. _ declara o roqueiro, que oferece suas músicas em seu site oficial, gratuitamente, através de um link que direciona seus fãs para a página do ReverbNation, um serviço que trabalha sobre o nicho das redes sociais, oferecendo um espaço para que o artista divulgue seu trabalho pela internet. “Inscrito no ReverbNation, você encontrará tanto bandas iniciantes como bandas já conhecidas do público como Living Colour, Nine Inch Nails, Slayer e nós mesmos”, explicou Roger ao site Música Líquida. Mas a concordância de Roger com o pré-projeto de lei pára por aí. Sobre o assunto “oficialização dos mashups”, o paulistano manifesta a sua indignação:

A irreverência sempre foi a marca de Roger (Foto:MonicaMarinho)

_ Aí é oficializar o roubo! Esse negócio do cara gravar um pedaço da minha música e passar pra CD é um absurdo. Quer dizer que posso pegar pedaços de várias músicas clássicas e lançar uma sinfonia? _ ironiza.
Para Roger, a indústria da música tem que se adequar às novas realidades. Idéias não faltam e entre elas está o resgate da antiga cultura dos “compactos” - discos com dois ou quatro hits, com preços bem acessíveis, que serviria principalmente para o lançamento e a divulgação de novas bandas. Outra idéia interessante dada por Roger foi a gravação de um CD, em mp3, com toda a obra do Ultraje, a um preço acessível. Sugestão essa que não foi aproveitada.
_ As gravadoras sabem que é o fim delas. Ainda é incipiente, mas é por pouco tempo. Tem que se adaptar, mas é um processo demorado. Eu sugeri há alguns anos, à minha antiga gravadora, lançar todo o nosso repertório em um só disco, em mp3, mas não houve interesse. Eles têm regras que não podem ‘quebrar’. Mas seria ótimo para combater a pirataria. Você vai lá e comprar toda a obra do Ultraje em um ou dois CDs. E poderia ser vendido quase a preço de custo: 5, 10 reais. Mas não fazem. O cara quer ver a cor do dinheiro. Até a TV está sentindo o baque da Internet. E não são apenas as empresas que são prejudicadas, o artista e a mentalidade do público também. Hoje em dia, ninguém está a fim de apostar na qualidade. O cara quer o retorno rápido. E o que acontece é que o gosto musical está deteriorando muito.
Falando em Informática e mundo virtual, uma das últimas composições de Roger trata justamente desse tema e, pasmem, foi feita para uma criança: a apresentadora Maísa Silva, de 5 anos, do programa Sábado Animado, do SBT, e se chama “Ô, tio!”.
_ Na música é como se ela estivesse ensinando um cara que não sabe mexer no computador. Isso é uma coisa que acontece com a minha geração. _ diz Roger, que é uma exceção. Ele participa ativamente de sites de relacionamentos como o Facebook e usa diariamente o Twitter. Sobre lançamento de novo CD, Roger deixa claro que não tem pressa, mas tranqüiliza os ansiosos fãs:
_ As músicas vão surgindo e vou disponibilizando na internet. Mas é um trabalho bem a longo prazo. Um dia, quando juntar umas 13, a gente pode lançar um CD. O meu trabalho, hoje em dia, se resume mais a fazer show do que compor.


Foto: Fábio Vizzoni

 “ Nós, que pensamos diferente, temos que nos posicionar. Os compositores, os artista, devem parar de reclamar e agir, inventar novos caminhos” Leoni

A discussão sobre o projeto de reforma da Lei do Direito Autoral foi ainda mais ampliada pelo compositor, músico e cantor Carlos Leoni Rodrigues Siqueira Júnior, o Leoni, ex-Kid Abelha e ex-Heróis da Resistência. Com carreira solo desde 1993, ele faz côro com Roger, do Ultraje a Rigor, sobre a primeira parte do novo texto da lei que permite cópias privadas de CD ou DVD, sem fins comerciais, para obras fora de catálogo. Até porque é exatamente o que ele faz em seu site e através do movimento do qual participa, o “Música para Baixar”, sob o mote: “não é pirata, é divulgador” . O intuito do movimento é servir de vitrine para novos trabalhos, disponibilizando-os para o público na Internet, gratuitamente. Dependendo da aceitação e da repercussão, esses trabalhos acabam chegando às rádios e despontando no cenário musical. Leoni dá suas músicas inéditas via web, desde julho de 2008. “Esse ano, vou lançar um CD com essas mesmas músicas porque as pessoas estão pedindo. Então, não atrapalha em nada”, declara Leoni. A seu ver, o internauta que baixa música sem pagar não deveria ser criminalizado, afinal, ele não está ganhando dinheiro com o trabalho dos autores. Nem mesmo a queda na vendagem de CDs e, consequentemente, o golpe no bolso dos compositores, faz Leoni mudar seu discurso. Para ele, não é proibindo as pessoas de baixarem música que vão conseguir obrigá-las a voltar a comprar CD.
_ Elas não vão voltar. Tem sempre uma outra possibilidade de baixar. Tenho um amigo que costuma dizer o seguinte: “Na internet todo cuidado é inútil” _ diz.
Em relação à oficialização de mashups, Leoni vê como desnecessária a criação de uma lei específica, já que não considera este um mercado tão importante, apenas de nicho.

Leoni entra na discussão sem medo de contrariar (Foto cedida)

_ Não vejo as pessoas consumindo mashups como consomem músicas em geral. Se o cara que faz não está ganhando dinheiro com isso, não me importo. Mas se está lucrando, acho justo que ele remunere os autores que fizeram parte daquele trabalho. Mas é complicado controlar. _ questiona.
Leoni sugere que assuntos mais importantes sejam incluídos na lei como, por exemplo o fim da divisão social no que diz respeito ao acesso da população às obras sem que tenham que pagar tão caro por isso.
_ A maioria dos compositores ainda vê o sistema como era antigamente: vender disco e ganhar dinheiro. Tem muita gente que reclama do Ecad e das sociedades que nos representam devido a essa postura muito rígida, mas o que elas fazem é defender o direito dos seus autores. E se os autores dizem que querem ser defendidos dessa forma, isso nunca vai mudar. Por isso, nós, que pensamos diferente, temos que nos posicionar. Os compositores, os artistas, devem parar de reclamar e agir, inventar novos caminhos _ conclui.

sábado, outubro 30, 2010

Overdose de rock no Clube Outs com Aurélio e Seus Cometas, Banda Hedonic e Bratslava

Mesmo com um atraso de duas horas nas apresentações - a previsão era para a primeira banda subir ao palco às 23h - a madrugada de sábado (30) no Clube Outs, na capital paulista, foi insana. Uma verdadeira overdose de rock para todos os gostos. Aurélio e Seus cometas presenteou o público da casa com duas bandas novas: Hedonic e Bratslava. Foram mais de 3 horas de puro rock'n'roll, nacional e internacional: de Beatles a Iron Maden, passando pelos clássicos do iê-iê-iê, Mutantes e Raul Seixas.
Os grupos convidados empataram o primeiro lugar em um concurso realizado no último dia 25 de setembro, no Colégio Nossa Senhora do Morumbi. Além do convite para tocar com o Aurélios, eles irão gravar um single no final do ano, pela produtora Nebulosa Music.
O Bratslava abriu a noite no Outs
Apesar de as duas bandas terem ocupado a mesma classificação no concurso, quem realmente levantou a galera na madrugada foi o Hedonic. Os cinco jovens mostraram atitude, reverência e ousadia. Com muito talento, carisma e bem performático, o vocalista Rodolfo Brant, de apenas 17 anos, levou o público ao delírio e mostrou que a banda promete. Os rapazes, cujo integrante mais velho tem 21 anos, apresentaram em seu repertório Beatles, Oasis e composições próprias, incluindo até um solo de guitarra de Thomas Togni. Também integram a banda o baixista Átila Cortez, o guitarrista Carlos Dissenha e o baterista Pedro Henrique Dissenha.
Banda Hedonic levanta o público do Outs com o puro rock
"Eu sou um cretino. As duas bandas convidadas estão me agradecendo por tê-los trazido pra tocar no Outs, mas eu é que tenho que agradecer. Sabe por que? Porque eles são bons pra c*", mandou Emir Ruivo, vocalista do Aurélios e produtor musical, antes de iniciar o show com sua banda, que fechou a noite.
Aurélio e Seus Cometas: dando chance aos novos talentos


Matérias relacionadas:


Vídeo do Aurélio e Seus Cometas, com "Clube dos Descontentes"

By GangrenaDiario

Vídeo da Banda Hedonic tocando Cigarettes & Alcohol (Oasis Cover), abrindo com solo de guitarra de Thomas Togni.

By ThomTogni

OBS: Não faltou nem o tombo do  Rodolfo Brant, que já está virando marca do vocalista em suas apresentações (reparem aos 3'05' do vídeo')

quarta-feira, outubro 27, 2010

Só um lembrete do Quintana



O TEMPO 


'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando se vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.' 

Mário Quintana

sábado, outubro 02, 2010

Eleições: Depois de tantas piadas, amanhã é o dia da maior de todas!





Essa eleição promete! Aliás, PROMETEU muita coisa, como sempre. Foram meses de promessas. Prometeram Ficha Limpa, prometeram transparência, prometeram até a erradicação da pobreza em pleno debate da Globo (LOL). Uma palhaçada sem tamanho! Os jornais estamparam as maracutaias; as inconstitucionalidades; as ameaças disfarçadas à liberdade de expressão; a compra de votos escancarada, patrocinada pela União (ou o bolsa família não é bem isso?). O presidente nem se deu ao trabalho de disfarçar. Representante do Estado? Ele mostrou que é o que sempre foi: representante do PT. E com o status de presidente, fez campanha, subiu em palanques ao lado de sua candidata e, de quebra, mandou a TV Brasil (estatal) filmar tudo e divulgar. Financiamos a campanha do PT, mesmo sem sermos militantes ou SEQUER simpatizantes. Portanto, se Dilma ganhar, você pode escolher o que sentir: sensação de que seu dinheiro foi bem gasto ou que teve perda dupla. Falando em perda, o negócio é seguir o conselho de Marta Suplicy: relaxa e goza, porque está mais do que claro que vai dar PT no Brasil. E por "PT" entenda-se "Perda Total" mesmo. Só espero que depois dê pra comprar outro com o dinheiro do seguro.
Essa é a eleição do tributo à ignorância e à piada pronta! Uma boa é aquela do título de eleitor, que de última hora e à toque de caixa, em votação feita pelo Superior Tribunal Federal (STF), decidiram que é totalmente dispensável pra votar, mas indispensável pra tirar passaporte e se inscrever em concurso público. KKKKKKKKKK! Também tem aquela do Ficha Limpa que valia, mas deixou de valer e ficará num impasse até depois das eleições. Enquanto isso, os "listados" na tal ficha permanecem com seus nomezinhos lá na urna eletrônica. Muitos aproveitaram a lerdeza dessa votação (bem diferente do que ocorreu com a história do título de eleitor) e arrumaram um jeitinho de burlar a possível lei, colocando mulher, filho, nora, genro e, se der mole, até o papagaio em seu lugar. 
Seria, merecidamente, o maior símbolo dessa eleição, o candidato-comediante Tiririca, com seu ilusório jargão: "Pior do que tá não fica". Ah, fica, Tiririca! Aliás, o "abestado", como o próprio se define, quase teve sua candidatura retirada por suspeitarem que era analfabeto. Talvez ele não tenha escolhido o cargo devidamente. Pelo que parece, as exigências curriculares para se candidatar à deputado federal são maiores do que para candidatos à presidência da República. Se assim não fosse, como explicar o Lulá lá? 
Mas amanhã é o dia! De que exatamente eu não sei, já que está mais do que evidente o que vai dar. Os institutos de pesquisa são unânimes. Mas, ainda assim vou cumprir minha obrigação. Votarei! E, se bebesse, iria de cara cheia, pois amanhã tá liberada a bebida. Nada de "Lei Seca Eleitoral" (pelo menos aqui em Sampa). Acho que já fizeram isso pra amenizar o sofrimento do eleitor consciente. O melhor é estar meio inconsciente.
Ah, já ia deixando passar essa última piada. O horário previsto pelo TSE para a divulgação dos resultados das urnas? Meia-noite de segunda-feira. Pra combinar mais com esse sabido resultado, o ideal era que fosse uma sexta-feira 13 (13? - rs). Sinisssssstro!
Boa sorte!

Fecho o post com o show na íntegra de Danilo Gentili: "Politicamente incorreto".

domingo, julho 18, 2010

A Copa passou! Agora o assunto no Brasil é... hãm... Copa de 2014!?

Bem, a Copa passou, o Brasil não foi hexa, a Argentina de Maradonna e Messi voltou pra casa com o rabinho entre as pernas, e, quem diria, um polvo vidente foi a grande sensação do campeonato mundial de futebol. Com tantos animais na África, nenhum foi "abençoado" com o dom, mas sim um polvo alemão com nome inglês: Paul.
Mas, enfim, tudo isso passou. As vuvuzelas cessaram (graças a Deus!) e, agora, é jabulani pra frente. A próxima preocupação do brasileiro são as eleições presidenciais. Não? É o quê? Copa de 2014? De novoooooo????
Alguém aí pergunta pro polvo, por favor, quem vai ser o (a) próximo (a) presidente do país? Assim a galera não precisa pensar muito (já que esse não tem sido o forte do povo por aqui) e só confirma nas urnas o que nos está 'destinado'. Assim, sobra mais tempo pro pessoal 'trabalhar' na esperada Copa de 2014. Aliás, o mascote da próxima Copa poderia ser o "Zé po(l)vinho". Tudo a ver!
Então, que venha Copa de 2014! Isso, se uma outra previsão não se confirmar antes: o fim do mundo em 2012. Bem, dependendo do que o polvo dissesse sobre os resultados da votação no Brasil, acho que um Armagedom seria bem-vindo por aqui.

terça-feira, abril 20, 2010

A polêmica "King Kong" de Gentili e a questão das raças

Recebi o texto abaixo via e-mail, enviado por uma amiga, a publicitária Mônica Luz. Achei os pensamentos do autor tão alinhados com os meus, que tive que publicá-lo. Segue...

Por Wagner Azevedo
O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter: "King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"
A ONG Afrobras se posicionou contra: "Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.
Alguns minutos após escrever seu primeiro "twitter" sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog: "Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?" (GENIAL) "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito."
Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial, e sim ESTA:
"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?
Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".
Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, mas sim de burro.
Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados. Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.
Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.
Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco? Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não.
Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.
Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente, é melhor evitar sentar aqui.
Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são
palavras tão horríveis.
Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos" .
Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, sou ítalo-descendente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e, assim como os pretos, trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.
Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.
Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.
Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais
nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.
Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão."

domingo, abril 18, 2010

Rio de Abril!

A chuva que quase fez o Rio de Janeiro virar Rio de Abril, arregalou os nossos olhos para o óbvio, para uma situação que era gritante, mas só mesmo após uma "pequena" intervenção divina e algumas centenas de vítimas pudemos realmente ver. Sabe aquela história de tô olhando mas não tô vendo? Pois era o que acontecia com o Rio. Era mesmo necessário um dilúvio para que o Rio fosse "desfavelizado"? Era necessário aquele mar de tragédias para que o povo e os governantes enxergassem que o Rio urgia por uma política de moradia séria? E o pior que nem podemos mesmo dizer que foi uma "intervenção divina", digamos que foi só "meia", pois a causa de tudo isso foi pura intervenção humana.
A ocupação dos morros (e olha que no Rio morro é o que não falta) é irresponsável e absurda. A coisa estava (ou está, pois só vou acreditar numa mudança quando ela de fato acontecer) totalmente sem freio. E não me refiro apenas aos "favelados", mas também à classe média alta e rica. É claro que a maioria dos deslizamentos ocorreram nas comunidades. A maioria das vítimas fatais foi registrada entre a população carente, mas não foram poucas, também, as notícias de donos de casarões com piscina, de famosos, que foram vítimas dos barrancos. A galera quer ter uma vida "ecologicamente correta", construindo suas mansões em locais "politicamente incorretos". Desmatam um pedaço de mata, se instalam lá se achando o próprio Robson Crusoe, e depois reclamam de quê? Esses, pior do que aqueles que não têm muita opção, podem pagar um bom engenheiro, podem escolher locais mais adequados.
Quanto aos "favelados", se tivessem acesso a planos de moradias mais acessíveis, oferecidos pelo governo, tal como há em São Paulo; ou o governo mantivesse o programa "favela bairro" iniciado pela gestão anterior, onde era realizada a reurbanização das comunidades, uma planejamento das construções, recolhimento de lixo decente, entre outras coisas; ou mesmo se as comunidades fossem orientadas por engenheiros oferecidos pelo governo a fazerem suas construções de forma correta; talvez - repito - taaalvez, muitos desmoronamentos tivessem sido evitados.
A questão do lixo também é relevante, mas aí entra uma outra história que seria mais uma batata-quente no colo dos governantes: a educação. Há, por acaso, uma campanha forte e decente de conscientização das pessoas a esse respeito? As crianças são, desde cedo, "treinadas" na escola a serem cidadãos conscientes? Que nada! Não aprendem nem o básico do B-A-Bá direito, quanto mais "Cidadania". E, voltando à questão dos favelados, onde aquele povo, que mora lá naquela altura, onde ninguém nunca viu a coleta de lixo passar (a não ser o gari que mora ali e sai pra trabalhar fora da comunidade) vai fazer com os resíduos que produzem? Criam seus próprios lixões nos terrenos baldios nos altos dos morros ou jogam ali mesmo nos córregos a céu aberto e pronto, resolvem a questão. E fazem isso de forma ignorante, no sentido de "ignorar" as consequências de suas atitudes. Eles querem se livrar do lixo e se livram do jeito que acham mais prático, "criando" essa praticidade. Simples assim.
Ou seja, culpo o governo, sim, no quesito população carente. E culpo a população mais culta e com uma renda melhor, sim, que age de forma burra, jogando seu lixo na rua, não participando das campanhas de reciclagens ou não introduzindo-as em seus prédios, condomínios e casas, entre outras cositas mais. No caso da reciclagem até dá pra dar uma pedradinha no governo também, pois não há um incentivo para que cooperadoras possam e queiram atuar no Estado.
Portanto, fazendo as contas, tem culpa pra todo mundo, mas a maior de todas vai pros governantes, esses e os outros que já se foram: prefeitos e governadores. Ninguém fez nada até então. E eu diria até que continuariam sem fazer algo que preste, caso não estivesse na programação a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Esses eventos vieram de uma forma providencial. Eles servirão como uma espécie de pressionadores de resultados. Aliás, as tragédias que lá aconteceram só tiveram a repercussão mundial que tiveram, por estes motivos. O mundo está com os olhos voltados para nós. Outro fator que ajudará muito também são as Eleições. Ou seja, eles VÃO ter que fazer algo direito. Não vai dar pra ser só de fachada. Vai que cai outro dilúvio? A não ser que voltem seus esforços para alterar a meteorologia até 2016. Coisa que eu acho difícil. Até lá, muita água vai passar por esse rio (fiz um trocadilho galera - água, Rio... hãn, hãn!)
E, por enquanto, é tudo o que tenho a dizer sobre isso.

quarta-feira, março 31, 2010

Woman

Letra e música: John Lennon

Woman I can hardly express
My mixed emotions at my thoughtlessness
After all I'm forever in your debt
And woman I will try to express
My inner feelings and thankfulness
For showing me the meaning of success
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Woman I know you understand
The little child inside of the man
Please remember my life is in your hands
And woman hold me close to your heart
However distant don't keep us apart
After all it is written in the stars
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Ooh, well, well
Doo, doo, doo, doo, doo
Wellll
Woman please let me explain
I never meant to cause you sorrow or pain
So let me tell you again and again and again
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah
Now and forever
I love you, yeah, yeah

Por que postei essa música? Ah, sei lá, deu vontade.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Vai um bode aí?


Não tenho pena do Arruda, mas que ele tá sendo usado como bode expiatório, isso tá! O safado logo, logo estará solto, não tenho dúvidas disso. Mas, enquanto isso, o povo brasileiro, tão ingênuo e facilmente manipulado, vai acreditando que "enfim fez-se justiça. Olha aí um político corrupto na cadeia!". Ah, tá! E o Sarney? Tá preso onde mesmo?
Essa prisão não seria um "cala boca"? Um "toma uma balinha" pro pessoal que encheu o saco com os "fora Sarney" da vida? O pior é que ainda há quem engula esse engodo eleitoreiro. A simulação de uma situação para que o governo Lula não feche o mandato como o que mais apoiou as raposas velhas e gordas do poder, sem nada fazer, parece estar dando certo. Infelizmente!

terça-feira, fevereiro 16, 2010

É Carnaval! E a bolsa está em alta!


É Carnaval, pessoal! Tudo colorido! Mas não é o Collor que tá lá. Lula lá! E no cinema também. Em todos os cinemas. Até nos que estavam fechados, no interior nordestino principalmente. E viva à cultura! Cinema pra todos. Bolsa família. BAlsa família também, porque a chuva não pára. Bolsa escola. Bolsa banda larga. Bolsa alimentação... Bolsa, bolsa... Louis Vitton? Não, Lula voton! A bolsa por aqui deu PT, mas está em alta. Lula barbudo ou de saia, com nome diferente: Dilma, Wilma, Mara... maravilha! É tudo a mesma coisa. Tá tudo na mesma bolsa!
Aqui é o país do futebol, do samba... o segredo está no pé? Mas também é o país da praia, do rebolation... então o segredo está na bunda? Mas também é o país da corrupção, da impunidade, da alienação... Então o segredo é pé na bunda! Pé na bunda do povo! Pé na bunda de quem fala demais! Pé na bunda do Arruda, porque o Natal passou, o Carnaval chegou e os panetones mofaram. O Panetone de laranja do Planalto. O laranja que foi pro saco! Mais um. Porque nesse país, quem tem bigodon ou barbon ou tem livro ou filme em cartaz ou é colunista de grande jornal. Está em paz. O povo também... descanse em paz.