domingo, agosto 09, 2009

Histórias do Orkut que dariam roteiro de filme



Há alguns poucos anos, achar um parente que “sumiu do mapa”, um amigo de infância que teve o caminho separado do seu no decorrer da vida ou até alguém que te marcou de alguma forma, mas acabou tomando outro rumo, era tarefa difícil. Quem não podia contratar um bom detetive, tinha o maior trabalhão para reencontrar essas pessoas. Isso, quando não acabavam por se conformar com o destino.
Mas a modernidade chegou, a internet ganhou força e os sites de relacionamento apareceram para promover muitos encontros e reencontros. O Orkut é um desses sites sociais que se mostrou muito eficaz em sua proposta e ganhou milhares de adeptos em todo o mundo. Hoje, pouquíssimas pessoas que têm acesso à web não têm o seu perfil registrado no www.orkut.com.
Ela encontrou a família do pai que nunca conheceu

Através dele, aconteceram muitas histórias que dariam verdadeiros roteiros de filme. Como o de Rafaela Ribeiro, de 18 anos, que não conheceu o pai ou qualquer parente paterno. As únicas pistas que tinha dele era o nome e um pouco da sua história, informações essas que adquiriu através da mãe e familiares. Essa era uma frustração da jovem, que tinha o sonho de saber mais das suas origens e identificar na outra parte da família traços do seu DNA. Com esse desejo em mente, Rafaela entrou em uma comunidade de pessoas com o mesmo sobrenome de seu pai, a “Família Almendra”, criou um tópico no fórum, contando sua história e acabou sendo identificada por uma prima, que a achou a cara do tio, o pai “perdido” de Rafa. Agora, já mantém um relacionamento com primos e tios paternos, que moram em Brasília. Infelizmente, eles não sabem ao certo o paradeiro do Sr. Paulo (o sobrenome Rafa prefere não publicar). Da última vez que mantiveram contato, ele estava no Piauí, mas já se mudou. No entanto, a tarefa se tornou mais fácil e tendo pessoas que conhecem pessoas, logo, logo Rafaela, que já tem planos de ir à Brasília, realizará seu sonho.
“Adorei conhecer minhas primas e tias. Pessoas maravilhosas que não vejo a hora de encontrar pessoalmente. Foi muito legal ver pessoas com tantas semelhanças, até de manias. Agora quero encontrar meu pai e já conto com a ajuda deles. Soube que sou a cara dele e fico muito curiosa em saber mais das minhas origens”, conta Rafaela. 

Update em 6/06/2016, às 12h55: Pouco tempo depois, Rafaela acabou encontrando o pai, de fato, com quem matém contato até hoje.


Reencontro com irmãos depois de mais de 30 anos


Monica Marinho Mendonça, 38, tinha uma vaga lembrança dos 2 irmãos, por parte de pai, Sônia e Antônio que, durante algum tempo, morou em sua casa, quando ela tinha apenas 6 anos de idade. A mãe deles estava muito doente e as crianças não tinham com quem ficar naquela ocasião. A solução que o pai encontrou foi levá-los para sua casa, onde morava com a segunda mulher e a filha. Mônica, que não tinha irmãos, pôde viver a experiência de ter 2, temporariamente. Afinal, a irmã, com 15 anos, e o irmão, com 11, ficaram pouco tempo. Logo, foram levados para a casa de uma tia.
Depois, soube da triste notícia que a mãe deles havia morrido. Desde então, nunca mais se viram. Ficou apenas a vaga lembrança, a saudade, uma foto da irmã mais velha e o desejo de um dia reencontrá-los.
O pai, que se separou de sua mãe e "sumiu" por alguns anos, seria seu único meio de saber dos "meio irmãos" e esta fonte de informação não havia mais. Um dia, com Mônica já adolescente, o pai reapareceu e, então, soube que a irmã engravidara e que casou.
E só. Após adulta, e já casada, Mônica teve a idéia de buscar o perfil da irmã no Orkut. Sem sucesso. Tentou, então, o irmão e, “touchè”. Lá estava ele: Antonio Moisés. Através dele, achou a irmã e descobriu que tinha sobrinhos com quase a sua idade. Imediatamente, marcou um encontro e foi de São Paulo ao Rio de Janeiro, ansiosa, rever Sônia, Antônio e a família que ambos formaram.
“Foi um reencontro maravilhoso. Descobri por eles um amor que eu nem sabia que existia em mim. Hoje, mantemos contato por Orkut e MSN e sempre que dá nos vemos, apesar de não ser tarefa muito fácil, por morarmos em cidades distantes.”, diz Mônica.

Turma do colégio passou a se encontrar, depois de 21 anos afastados

Ana Lúcia Linhares tinha muita vontade de rever a turma de segundo grau (atual ensino médio), com quem viveu uma das fases mais marcantes de sua vida. Relembrar histórias engraçadas, professores inesquecíveis seja pela simpatia ou antipatia, rir das travessuras da adolescência. Graças ao Orkut tudo isso foi possível.
“Através de um achei outro e outro. Reencontrei grande parte da turma, depois de 21 anos. Agora estamos sempre nos vendo”, afirma.

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